quarta-feira, 4 de maio de 2011

Carta Mensal - Maio de 2011

Tournay, 28 de abril de 2011.

            Queridos amigos e amigas EM BUSCA DA PAZ,
                        Paz!
O nosso coração ainda transborda de alegria pascal! E isto certamente porque a festa da Páscoa tem esta propriedade de nos inserir no coração da Páscoa de Cristo, de forma que a Ressurreição do Cristo deixa de ser algo exterior a nós, para se transformar numa dimensão e numa parte de nós mesmos. Nós somos a Ressurreição! Nós somos Páscoa!
É assim que quero convidar a vocês a rezar por... nós mesmos! Para que sejamos homens e mulheres de paz, nos ambientes em que vivemos, nas relações que entabulamos, nas causas que abraçamos! Para que a causa da paz e da não-violência faça vibrar nosso coração! Para que nosso coração vibre na frequência da não-violência!
Quero retomar aquela passagem do Evangelho de São João, da qual já fizera alusão na carta do mês passado, quando o Ressuscitado, vencendo o medo e o fechamento, se põe no meio dos seus discípulos e lhes dá, como o mais belo presente, o dom da paz! Quanta energia e quanta promessa nestas palavras: “a paz esteja com vocês!” (Jo 20,19-21).
Como semente a ser plantada, este “Evangelho da Paz” (Ef 6, 15) pede um acolhimento. Como acolhemos em nossa vida atual este dom do ressuscitado? Que destino damos à paz de Cristo? Mesmo que uma parte desta semente seja comida pelos passarinhos, que outra parte caia em terreno pedregoso ou em meio aos espinhos, é preciso deixar que esta semente caia em terra fértil e frutifique em nós: trinta, sessenta, cem por um! (Cf. Mt 13,3-8). A questão fundamental é deixar que este dom da paz finque raízes profundas em nós, que ele penetre nas regiões onde ainda a cólera, o rancor e a violência parecem dominar. Trata-se de um longo trabalho a fazer! Como dizia o Patriarca Atenágoras de Constantinopla (+1972), a luta mais dura é a luta contra nós mesmos. Pois se trata de algo que não se impõe de fora, como uma coerção, mas que se oferece à nossa liberdade.
Como oração deste mês, quero convidá-los a retomar uma velha oração amiga nossa,  a assim chamada “Oração de São Francisco”. Rezemos, então, assim :
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se nasce para a vida eterna.
Amém.

Com toda minha estima e amizade, do amigo e irmão
D. Irineu Rezende Guimarães, O. S. B.

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