quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Carta Mensal - Novembro de 2011

Tournay, 31 de outubro de 2011.
            Queridos amigos e amigas EM BUSCA DA PAZ,
                        Paz!
Aqui na França, uma das discussões mais quentes é sobre o nuclear. Seja o nuclear militar: a França possui 300 bombas, cada uma com um poder de destruição dez vezes mais potentes que a bomba de Hiroshima. Seja também o nuclear, com fins civis: cerca de 78% da energia utilizada em França é de origem nuclear.
Se estendemos este quadro para todo o mundo, poderemos nos assustar: os arsenais atômicos mundiais atingem cerca de 22.500 bombas: a Rússia possui 11 mil; os Estados Unidos, cerca de 8.500; a França 300; China, 240; Reino Unido, em torno de 225; Paquistão entre 90 e 110; a Índia, entre 80 e 100; Israel, 80; Coreia do Norte, em torno de 10. De todo este arsenal, cerca 1.800 em estado de alerta. Os Estados Unidos possuem atualmente um protocolo de resposta de 20 minutos após a detecção de um míssil não-identificado. Verdadeiramente, a guerra fria não é coisa do passado!
 Cada uma destas bombas pode destruir uma cidade como Paris num raio de 15 km! Além do poder de destruição, há a questão do custo. O orçamento nuclear militar anual da França, por exemplo, é de R$ 8.500.000.000,00. O que se poderia fazer em termos de educação e saúde com um dinheiro deste?
É a segurança internacional que está em causa: não somos protegidos pelas armas nucleares, ao contrário somos justamente um alvo. Isto sem falar de acidente nucleares, como o ocorrido recentemente em Fukushima, no Japão, classificado em grau máximo.
            É verdade que cresce no mundo um movimento para limitar as armas nucleares. O Tratado de Não-Proliferação (TNP), em vigor desde 1970, com adesão de 189 países, objetiva limitar a expansão das armas nucleares, onde os países detentores de armas nucleares ficam obrigados a não transferir essas armas para os que não têm, enquanto esses se comprometem a não buscar armas nucleares. Mas Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte não fazem parte deste Tratado. Em 2010, na ONU, houve uma importante Conferência para Abolição Total das Armas Nucleares, onde se propôs a relizar o objetivo de um mundo sem armas nucleares até 2020. A proposta é de uma Convenção de Eliminação de Armas Nucleares, que proibirá a fabricação, o estoque, a transferência, o empreggo e a ameaça de uso de armas nucleares. A necessidade de uma tal Convenção foi aprovada por ¾ da Assembleia Geral da ONU, em dezembro de 2010.

Assim, convido a todos a sustentarmos com nossa pobre prece este importante processo de desarmamento para a paz no mundo. Rezemos assim:
Ó Deus da Paz e da Vida, que inspiraste teus profetas a te anunciar como um Deus que destrói todas as armas (Cf. Os 2,20) e que suscita a humanidade a transformar espadas em arados (Cf. Is 2,4), nós te pedimos abençoar todas as pessoas e grupos que lutam pela abolição das armas nucleares. Liberta a humanidade da ameaça da destruição total e confirma em todas as nações a convicção que a paz e a segurança virão somente pelo diálogo e entendimento mútuo. Que os orçamentos nucleares sejam convertidos para a educação, a saúde e todas as áreas que contribuem para o elevação de cada ser humano. Isto te pedimos por Cristo, Messias da Paz, teu Filho e nosso Senhor. Amém.
Unidos nesta convicção, recebam meu abraço fraterno,
D. Irineu Rezende Guimarães, O. S. B.

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