quinta-feira, 31 de julho de 2014

Carta Mensal - Abril de 2014


A PAZ E AS FAMÍLIAS

A todos vós que procurais a paz:
Paz!
O Papa Francisco convocou para o mês de outubro deste ano a Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Cardeais, para discutir sobre o tema « Os desafios pastorais  da família no contexto da evangelização ». Dia 02 de fevereiro ele escreveu uma carta a todas as famílias convidando-as a participar ativamente na preparação deste encontro, através de sugestões e, sobretudo, através da oração.
Para nós é uma oportunidade de orar e refletir sobre a contribuição das famílias para a paz sobre a terra. O Papa João-Paulo II consagrou a mensagem do Dia Mundial da Paz de 1994 sobre este tema: « Da família nasce a paz da família humana ».  Nesta oportunidade João Paulo II reflete sobre a família como uma comunidade de vida e de amor: « As virtudes familiares, fundadas sobre o profundo respeito para com a vida e a dignidade do ser humano, e traduzidas em compreensão, paciência, a sustentação e perdão mútuos, dão para a comunidade da família a possibilidade de viver a experiência primeira e essencial da paz » (n° 2). No entanto, ele constata que muitas vezes a família é uma vítima da ausência da paz e que « contrariando a sua vocação primeira de espaço da paz, infelizmente a família se revela, em inúmeros casos, como um lugar de tensões e de violência, ou então, como vítima desarmada de várias formas de violência que caracterizam a sociedade atual » (n° 3-4) Nossa própria experiência nos mostra quantos lares são destruídos por disputas e conflitos, seja entre pais e filhos, seja entre irmãos, e na maior parte das vezes por motivos mesquinhos. Apesar de todos estes limites, podemos considerar a família como uma protagonista da paz:  «Para que as condições da paz sejam duráveis, é necessário que existam instituições que exprimam e que reafirmem os valores da paz. A instituição que corresponde da maneira mais imediata à natureza do ser humano é a família. Somente ela pode assegurar a continuidade e o futuro da sociedade. “Assim, a família é chamada a se tornar protagonista ativa da paz, graças aos valores que ela exprime e que ela transmite no interior do lar, e graças à participação de cada um dos seus membros na vida em sociedade» (n° 5). Para realizar esta missão é preciso, sobretudo, vencer o desafio da pobreza:  «A indigência sempre é uma ameaça para a estabilidade social, para o desenvolvimento econômico e, assim, finalmente, para a paz.  A paz ficará em perigo enquanto pessoas e famílias se verão obrigadas a lutar pela sobrevivência »  (n°5). Por fim, João Paulo II compreende a missão da família como um serviço para a paz. Assim ele recomenda e sugere a cada família: «Procure esta paz, ore por esta paz, trabalhe por esta paz! » (n° 6). Os pais são chamados a serem educadores da paz; as crianças, a se preparar para o futuro, almejando o bem e cultivando pensamentos de paz ; os avós, a comunicar sua experiência e seu testemunho para religar o passado e o futuro em um presente de paz. Para os que não têm família, a Igreja é encarregada de cumprir esta responsabilidade sendo a grande casa das crianças de Deus (n°6).
Para que as famílias do mundo inteiro possam viver esta vocação de artesãos da paz, oremos ao Senhor:
Ó Deus, Pai de toda humanidade, tu desejas que todos os homens e todas as mulheres possam viver como irmãos e irmãs sobre a terra. Abençoa cada família humana e dá-lhes a graça de viver em paz e de ser uma fonte de paz para o mundo. Amém.
Com toda minha amizade,
                                               Irmão Irineu rezende Guimarães
                                   Monge beneditino da Abadia de Notre-Dame, Tournay, França

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